A luz bruxuleou uma ultima vez, e morreu, ao mesmo tempo que um frio de repente lhe fustigou o rosto. Pelo canto do olho, viu um vulto passar no final do corredor, seguindo o caminho da Milha Verde. Ouviu um arrastar de pés, um baque baixo e um som gutural e extremamente comum, como um nome (Hugo? Raul?) sendo proferido.
Virou-se para a recepção, de costas para a porta (boca) do elevador (faminta) aberta (escancarada). Entre ele e o balcão havia uma enfermeira. Ajoelhada, a mulher vomitava sangue; o som e o cheiro eram terrivelmente nauseantes, embrulhando o estômago sabe-se lá à quanto vazio de Johnny.
Um, dois, três passos hesitantes em direção à moça, desejoso e enojado demais para auxiliá-la. Ela havia parado com os jorros, e ele tinha certeza absoluta de que fizera a mais estúpida pergunta já formulada em uma situação como esta: "moça, tudo bem?". Foi quando seus olhares se cruzaram que tudo começou.
A enfermeira abriu a boca, cheia de sangue, deixando escorrer o líquido rubro pelo uniforme nada limpo. Os olhos tornaram-se vermelhos, e lágrimas rubras escorreram. Uma fenda vertical abriu-se no lábio superior da mulher, forçando seu rosto a uma expressão amplificada de dor e desespero da que já possuía. Levou a mão à boca, como que para tocar o lábio, mas tornou-se uma concha quando baixou a cabeça. Ao levanta-la, a mão estava cheia de dentes, as raízes banhadas em sangue. "Me ajude", ela disse, a voz distorcendo conforme a fenda rasgava seu rosto, subindo pelo nariz. Seu olhar suplicante e desesperado tornou-se vago, vidrado, os olhos se arregalando até saltarem, literalmente, para fora do rosto. Presos, inicialmente, pelos nervos e veias, logo soltaram-se completamente, caindo, um na mão aberta, entre os dentes, o outro se espatifando contra o chão como uma fruta podre (o som que fez ao bater no piso, curto e úmido, Jonathan nunca conseguiria descrever, mas sabia ser capaz de esquece-lo). A fenda subia pela ponte do nariz, a boca retorcendo-se em um último desesperado ato humano. Os maxilares se separaram, forçando os ossos do rosto a se dividirem em direção à fenda, revelando dentes pontiagudos, afiados, alinhados em vertical. O cérebro à mostra; os ossos se realinhando, fechando os buracos dos olhos e da boca humanos; a pele do rosto se repuxando, o nariz, os lábios e as pálpebras se desfazendo em massas amorfas; a epiderme toda arroxeando, apodrecendo levemente, perdendo pedaços e expondo feridas purulentas.
Recuando, Jonathan quase perdeu o equilíbrio quando seu calcanhar encontrou o degrau do elevador (o carro não havia descido, talvez não descesse nunca mais). Jogando um pouco de peso para frente, viu a enfermeira esticar os braços, as mãos de compridas unhas negras em sua direção, e avançar com passos cambaleantes e incrivelmente rápidos.
MEODELS erik... você me deixa surpreende com essa suas imaginações férteis! uashiuahsiaushiau
ResponderExcluiramei o texto, meio confuso, não confuso, mas complexo, não sei dizer, mas show! mt mt show! adorei!! ^^' sempre me deixa nervosa esses seus textos! ;P ahsiuahsaiuhas... te adorooo!
beijooooooooos! :***
HASTA! o/
Talvez isso (não) deixe as coisas mais claras: esse trecho foi retirado de uma história que eu estou (tentando) escrever.
ResponderExcluirÉ pra ser um "survivor horror", tipo um game, sabe, mas tou sentindo que falta um pouco de suspense na coisa. E tou trancado na revisão e reescrita de certos pontos.
Só que quando postei esse trecho, minha mente ainda não tinha dado lag... =P
Huahuahuahua!
ResponderExcluirNão no trecho, Laís, mas na história em si. É essa que eu tou reescrevendo, e amanhã (mais tardar segunda, eu acho) eu posto, então, o começo dela.
E sim, depois dessa parte VEM uma perseguição, mas só na hora de revisar eu vou ter certeza de como será...