Pesquisar

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

...friend

Ela sentiu os pés gelarem ao tocar o piso frio. Sentada na beirada da cama, após tê-lo dado um beijo ao acordar, pensava que aquilo fora um imenso erro. Ele havia acabado de se divorciar, ela tinha um filho pequeno, aquela fora a primeira vez que se falaram depois de seis anos.
Sentiu o braço forte dele envolvendo sua cintura, e sua barba lhe raspar a face ao ganhar um beijo. A lágrima que rolou ele secara antes que passasse da altura do nariz. Era madrugada ainda, e ela deixou ser levada de volta para baixo das cobertas. Demorou para dormir de novo, pensando no que acontecera entre eles e, para seu alento e desespero, sabia por sua respiração que ele também estava acordado.
Dias antes, eles haviam se cruzado pela rua e, após um cumprimento rápido e amigável, ela havia parado no meio da multidão, se virado e o chamado. Ele sorria aquele sorriso que era só seu, que a fizera levantar a cabeça tantas vezes depois de um tombo dolorido. Ela estava procurando por um apartamento pequeno e barato a algum tempo, e perguntou se ele ainda trabalhava com imobiliária, pegou seu cartão e ficou, sim, de ligar.
Ligou no outro dia, sexta-feira. Sim, estava em casa e é claro que poderia ir visitar as opções que ele tinha. Arrumou seu filho, sentindo o coração apertando. Estava nervosa, muito, mas impedia-se de pensar que era por causa dele; havia ficado nervosa quando fora conhecer outros imóveis com outros corretores, só poderia ser o mesmo motivo agora. Ele a vira barriguda como um hipopótamo e fora amigo do desgraçado que a deixara sozinha com um filho para criar, fugindo do kitnet que haviam alugado no nome da mãe dela antes que ela chegasse do serviço. Mas ele não vira isso, ele e seu ex-marido haviam discutido um mês antes do guri nascer. Seu, na época, companheiro havia quase destruído o carro do amigo em um poste e se negara a pagar nem mesmo uma parte do conserto.
Ela ouviu a buzina e, olhando pela janela, reconheceu-o dentro de um carro estacionado à frente de sua casa. Desejou pedir à sua mãe que o dispensasse com uma desculpa qualquer enquanto descia as escadas. Abriu a porta, as mãos tremendo, e chamou seu filho, que passou por ela correndo, brincando de aviãos tremendo, e chamou seu filho, que passou por ela correndo, brincando de aviserto.ela junto, sem pagar; o carro que usavam no, e a esperou no portão. No banco de trás havia uma cadeirinha na qual ela instalou seu filho, ouvindo o motorista dizer que fez bem em colocá-la no carro. Sentou-se ao lado dele, mas conversaram pouco no caminho de ida e de volta, e ele fora extremamente profissional, quase frio e calculista, o tempo todo.
Quando chegaram à frente da casa novamente, ele esperou com o carro desligado os dois entrarem no pátio. Quando ela já havia até se virado para a casa, depois de trancar o portão, ele não resistiu e, com a cabeça para fora da janela do carona, chamou-a. Sentindo um frio na espinha e uma vontade de correr para dentro, bater a porta e se esconder em seu quarto, ela se virou.
Ele parecia inseguro e não sabia como começar, então desceu o carro. Ela, relutante, atravessou o portão. Parados na calçada, frente a frente, ele perguntou se poderia vê-la de novo, sem... bem, sem ser a trabalho. Surpresa e confusa, sentindo-se a adolescente estúpida que engravidara aos 15 anos, ela disse que sim, claro, porque não. Tímido, ele sorriu, lhe dizendo que então tá, ele tinha o número dela, se ela não se importasse que ele ligasse, ao que ela respondeu que não havia problema nenhum, mas entrou em casa certa de que ele não ligaria.
Entretanto, ele ligou na mesma noite. Sua mãe, como pedido, disse que ela não estava, que havia saído com um amigo, e, ao desligar, também como solicitado, apenas comunicara à ela que era ele ao telefone. Ela retornou no sábado a tarde para o telefone que estava no primeiro cartão-de-visitas que recebera, fingindo ter perdido o segundo em que estava escrito atrás, à caneta, o número pessoal dele. Não chegou a chamar duas vezes, e ele atendeu chamando-a pelo nome.
Parecia distante na ligação, e ela perguntou se tinha acontecido alguma coisa. Ele respondeu que não, que só, bem, que não era nada, e perguntou como havia sido o passeio ontem. Ela disse que fora ótimo, que havia visto muitos apartamentos à venda; ao que ele riu sem graça, perguntando se sua mãe não tinha lhe dado seu recado. Sorrindo, disse que, sim, sua mãe comentara que ele havia ligado, mas não passara nenhum recado. Chateado, respondeu que, ah, tudo bem, não era nada de importante, mas que ficava feliz por ela estar namorando de novo e que desejava sorte e felicidade no relacionamento. Ela riu e disse que não, não estava namorando e, sem se conter, explicou para ele que não não saíra na noite anterior, mas ficara, na verdade, com vergonha de falar com ele e ouviu ele tossir, pigarrar e dizer que tinha de desligar, que estava atrasado para uma saída. Mandou-lhe um beijo e desligou antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.
Ela teve tempo apenas de lamentar com a mãe sua infantilidade antes de ouvir a buzina que, sem perceber, reconhecera como a do carro dele. Quando chegou à porta, ele já estava no portão, perguntando se ela estava ocupada e se queria dar um passeio com ele. Sem ter tempo nem de pensar, sentiu sua mãe lhe beijando o rosto e lhe dizendo que fosse com Deus.
Foram ao shopping, assistiram um filme qualquer que ela escolheu no cinema, comeram um Big Mac e tomaram um sorvete. Ele lhe comprou um ursinho de pelúcia que ela achou fofo ao ver por uma vitrine. Rindo como crianças, ela comentou que aquilo era passeio de adolescentes, coisa que não eram a tempos. Ele deu de ombros, disse que não se importava, e lhe roubou um beijo.
Agora, ela adormecia em seus braços pela segunda vez naquela noite, sentindo a respiração dele em sua nuca, com os olhos da memória revisitando o momento em que, logo após o selinho roubado, ela pôs as mãos no rosto dele, puxou-o e o beijou de verdade.

2 comentários:

  1. EEEEEEEEEEEEEEEEEERIIIIIIIIIIIIK!!!! *o*
    morri com essa historia!! a melhor de todas! *o*
    AMEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEII!! *o*
    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!! *o*
    HSUISHAIUSHAIUSHAISUH'
    tá ok parei, mas que é linda é! *o*
    mt romântica!! diferente de tudo que você escreve!
    me surpreendeu heeim menino?! ^^'
    UHASUIAHSIAUSHAIUSHAIUS'
    TE ADOROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
    e desculpa por nao ter lido esse post antes, é que realmente eu não tinha visto! :/
    beijooes e continue escrevendo assim! ^^'
    HASTAAA!! o/

    ResponderExcluir
  2. Erik,
    Gostei bastante deste post,a primeira história que leio sua é ótima!Tomara que as outras sejam da mesma qualidade.
    Parabéns.

    ResponderExcluir