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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Um Abraço, um Beijo e Meia-dúzia de Palavras Soltas

Sabe, eu ainda sinto a tua falta. E nós não nos falamos à quanto tempo? Três?!, seis?!, quinze anos?! Já meio que perdi a conta; o tempo parece que já não passa: é como se eu tivesse quinze/dezesseis anos ainda, e que só hoje eu não te vi, só hoje não nos falamos, que amanhã conversaremos como fazemos todos os dias quase sem exceção.
Mas não é assim, não é?! Não nos falamos ontem e não nos falaremos amanhã. Então porque, será que tu saberia me explicar?, porque eu simplesmente não consigo esquecer? Não consigo deixar para trás, no passado, como talvez tu tenha feito? Porque eu ainda penso tanto em ti, todo o dia, toda a noite, exatamente como pensava naquela época?!
Daquela época, eu só tenho meu allstar preto de cano alto. Minhas roupas já não são mais as mesmas. Meu rosto também não. Meu cabelo, então, nem se fala... mas eu tenho deixado ele crescer só porque tu gosta. Será que tu ainda tem aquele cachorrinho – como era o nome mesmo? Tobbie? Tuddy? E o teu cabelão comprido e preto?
Tá, eu sei que tu queria que o Vaticano fosse explodido por uma bomba de antimatéria, mas é inevitável: eu rezo por ti toda a noite, e desejo que os anjos te protejam, já que eu não posso. Sabe, eu me pergunto se tu ainda acha que eu te odeio, se tu acha que eu realmente sinto nojo de ti... Na verdade, eu tinha ciúmes. Muito! Te queria só pra mim, então me fazia de bobo e reclamava de cada passo que tu dava.
Tu me disse que tinha aprendido muito comigo, que eu tinha te salvado do suicídio. Mas seria possível? Eu era tão bobo, tão ingênuo, tão imaturo. Tão... tão eu... Hoje eu trabalho, e, bom, ainda estudo. Acho que essas coisas não vão mudar tão cedo: acho que vou trabalhar e estudar a vida toda. Só espero que, logo, eu possa estar ganhando para estudar. Mas um assunto de cada vez; não quero falar de mim, queria mesmo era saber de ti. Minha vida é um saco desde que tu foi embora, então não tem muito o que ser dito.
Queria um abraço teu, e ouvir de novo a tua voz. Será possível um dia? Duvido muito, depois de todo esse tempo... Tu já deve estar morando fora do país, do outro lado do mundo: uma vida bem estruturada, família e carreira. Eu não tenho nada: para indigente falta pouco. Pior que é verdade, eu trabalho para estudar e estudo para trabalhar. Um ciclo vicioso inquebrável e indestrutível. Só tenho meu trabalho, meu curso e meu allstar surrado. E muita, muita saudade.
Algumas vezes me odeio por ter feito a escolha errada. Outras vezes quero te crer que a escolha foi tua. Às vezes acho que nunca tivemos escolhas de nada. Nunca podemos escolher qualquer coisa diferente do que, no geral, estamos vivendo. Camas separadas, quartos separados, vidas separadas. Será que tu ainda pensa em mim, Guria? Te lembra como eu te chamava? Te pergunta o que teria acontecido se tivéssemos nos unido, e não dividido?
Eu ainda lembro de ti toda a vez que escuto Nando Reis. E quase morro de rir quando ouço Fresno, porque eu lembro de ti, no Pop Rock – era esse o nome?! - gritando enlouquecida, chamando o vocalista de gostoso. Eu ainda lembro de ti me explicando o que querem dizer as letras do Skank. É inevitável o sorriso quando lembro das tuas amigas dizendo que tu tinha que gostar das mesmas coisas que eu ouvia.
Poxa, eu lembro de ti até quando eu espirro. Por falar nisso, como vai a tireoide? De qualquer forma, acho que sempre que eu mostrar a língua vou te ouvir dizendo que quem mostra a língua pode beijar. E vou ser obrigado a rir de como tu é boba. Ou era... Eu continuo bobo como outrora. E tu?
Eu tenho medo, sabe, a cada dia que passa. Tenho medo que algo te aconteça e eu nunca fique sabendo. Aff, tenho medo que tu morra e eu continue te esperando voltar pra mim. Tenho medo dessa eterna solidão, sem nunca ter sido feliz ao teu lado e, um belo dia, nunca mais ter realmente esta chance. Não tenho medo de morrer sozinho, desde que tu saiba o quanto tu significou pra mim. Tenho medo é de que tu morra sem sabê-lo.
Eu só queria saber como tu tá. Precisava disso para dormir tranquilo. Queria notícias, vez ou outra... Mas duvido que seja possível. Duvido...

3 comentários:

  1. Sinto muito não significar nada para ti... Ter destruído tua vida e só ter te restado a dor e a saudade de outras...
    Nem sempre somos responsáveis pelos nossos atos, mas pra mim não existe passado e nem outras possibilidades. Existe o agora e todas as coisas boas que juntos passamos e construímos... Sinto muito, mas me dói te ver sofrer por ter escolhido ficar comigo...

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  2. Eu ainda penso em ti. E tenho saudades! E sim eu leio teu blog.

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  3. E eu sei q o texto nao é p mim. Mas de qq forma me lembrou da nossa amizade. Saudadea

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