Alô
você, amiga, que tem um namorado que diz-se apaixonado por qualquer
colega de trabalho que olha em sua direção, e espalha geral que é
recíproco porque ela lhe dá bom dia.
Alô
você, amigo, que foi demitido e ganhou um abraço e um beijo daquele
pessoal que sempre te chamou de insuportável pelas costas e de
fedorento pela cor da tua pele.
Alô
você, amiga, que tem um namorado tão, mas tão legal que, mesmo
tendo sido a primeira dele, não consegue não traí-lo com a
desculpa de querer viver tudo e intensamente.
Alô
você, amigo, que está casado à tanto tempo que esqueceu de que tua
esposa não é parte de ti, que precisa ser valorizada pelos valores
dela e não os teus.
Alô
você, amiga, que já não sabe em qual dos subordinados e colegas de
trabalho confiar, já que é só tu virar as costas e já começam as
perguntas e as respostas sem qualquer esforço.
Alô
você, amigo, que se faz de engraçado, mas é cínico e vive só
esperando para dar o bote, jogar com toda a informação que consegue
pelas costas de quem te considerara.
Alô
você, amiga, que fala de todo teu círculo social pelas costas, e
ainda quer ficar braba quando um deles vai conversar com alguém que
tu repudia.
Alô
você, amigo, que fuma maconha e é à favor da legalização, mas já
está a quase 10 anos na faculdade, em uma universidade paga e cara.
Alô
você, amiga, que tem nobreza financeira e pobreza mental e
espiritual, que acha o máximo postar fotos de viagem internacional
com legenda em inglês onde tu aparece sozinha.
Alô
você, amigo, que lutou pelo amor daquela menina, que lutou para
provar à ela o quão linda era mesmo sem o braço, que lutou para
não perdê-la e que luta todo o dia por tê-la perdido para Deus.
Alô
você, amiga, que acha que Rock é preconceito contra todo e qualquer
outro tipo de música, de ideologia, de filme, de literatura, de
ciência e de qualquer outra coisa que tu não gosta.
Alô
você, querido amigo!
Alô
você, querida amiga!
Alô
você, que enche a boca para dizer que eu sou o errado, que eu sou o
retardado, que eu sou o imbecil.
Alô
você, que está rodeado de pessoas que não pode confiar, que se
joga em covil de cobras e que as cria e alimenta, que não é
confiável e que é uma cobra criada, que procura um jeito de se
beneficiar de cada instante mesmo quando só lhe ofereciam um
sorriso, que mente, ilude e engana, que é fútil, raso, superficial
e se sente superior, que conhece a Europa e ignora o porque alguém
sente saudades de ti ou te vira as costas, que come ovo cozido e
arrota pato ao molho branco, que vive de aparências, que esconde
segredos de ti mesmo, que acredita que um bom amigo é sempre o pior
inimigo.
Alô
você! Alô você!
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